terça-feira, 20 de agosto de 2013

Mostra-nos o PAI

Disse Filipe: “Senhor Mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai, como você pode dizer: ’Mostra-nos o Pai? ( Jo 14:9). Fico pensando como deve ter sido frustrante para Jesus ouvir esse pedido de Filipe. Afinal, estavam caminhando juntos, dia e noite, há pelo menos três anos. A expressão “mostra-nos o Pai!” indica que não perceberam o Pai em e com Jesus. Jesus então afirma: “Quem me vê, vê o Pai.” É como se ele dissesse: ‘o que eu faço expressa o Pai’, ‘a forma como eu vivo com vocês revela o Pai’. De forma objetiva, O Pai é visto, no evangelho de João, em todas as obras de Jesus e em seu relacionamento com as pessoas. No inicio do evangelho, quando o Verbo se faz gente, no testemunho de João Batista, no diálogo com Natanael, onde este é elogiado por Jesus quando estava debaixo de uma figueira e não acreditava que alguma coisa boa viria da Galiléia. Não podemos nos esquecer da alegria na festa do casamento em Caná, do encontro com Nicodemos, líder religioso cheio de conflitos e crises interiores. Na passagem de Jesus em Samaria, lugar onde culturalmente não poderia estar, conversando com uma mulher que não deveria conversar. Esta mulher ouve Jesus dizer que o Pai está à procura de verdadeiros adoradores. É, o Pai está com Jesus na festa se alegrando com os noivos, no comissionamento aos discípulos imperfeitos, no diálogo com um líder religioso marcado pela dúvida, na ruptura com as barreiras étnicas, geográficas, culturais, religiosas e de gênero, que havia entre Israel e Samaria. Não para por aí! O Pai está com Jesus no tanque de Betesda. Enquanto a maioria se dirige para a festa do tabernáculo, Jesus se dirige para o lugar de sofrimento humano, de dor, de busca de esperança. O Pai está com Jesus na partilha dos pães, onde o significado da partilha dos cinco pães e dois peixes é maior que o próprio milagre. O Pai está com Jesus quando alguns religiosos apresentam uma mulher pega em adultério e exigem que se aplique a Lei, ou seja, o apedrejamento. Jesus, então, de forma sábia, desmascara toda hipocrisia daqueles homens e perdoa aquela mulher em situação de profunda miséria emocional e existencial. É possível ainda ver Jesus curando um cego de nascença, confrontando a compreensão de muitos que acreditavam que se alguém nascesse cego é porque era vontade de Deus, ou, até mesmo um castigo. O Pai de Jesus não é assim! Ele mostra que a pior cegueira é aquela que não vê e nem se compadece do sofrimento humano. Que dizer então do choro de Jesus diante da morte do amigo Lázaro, da dor do luto. Ou então, como pensar no Pai, quando Jesus lava os pés dos discípulos, demonstrando claramente que o poder está no servir, não no mandar ou no oprimir. Como pensar no sofrimento de Jesus, na cruz, na angústia da morte. É, a fala de Filipe é de quem ainda não tinha compreendido que o Pai é visto no amor, na compaixão, na alegria, na justiça. O Pai é visto na caminhada com Jesus, em seu discipulado que se dá a partir da vida, do relacionamento pessoal e comunitário. O Pai é percebido na concretude da vida, com pessoas que tem dúvidas, conflitos, são imperfeitas, choram e sofrem, mas também se alegram e celebram a vida. Pessoas que erram e buscam acertar, querem ter esperança e paz. Talvez por isso Filipe não visse o Pai. Tenho a impressão que, para muitos, o Pai só pode ser visto no sucesso, nas “melhores” pessoas, nas grandes conquistas, naqueles que sempre têm razão, nas programações midiáticas, na “unção” especial de alguma celebridade gospel, nos milagres que “só” são “vistos” apenas em algumas “igrejas especiais” ou até mesmo na tradição, no dogma. Definitivamente, o Pai apresentado por Jesus se importa com as pessoas e as convida a caminhar como discípulos de seu Filho. Que sejam restauradas, amadas, que se amem, sejam fraternas e vençam as barreiras que as cercam, não com um triunfalismo barato, mas com a fé em um Pai que compreende a condição humana e convive com ela.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Aqui está o que é maior

Aqui está o que é maior que o templo.... Pois o Filho do Homem é Senhor do Sábado" ( Mt 12:6,9) Jesus está com seus discípulos numa lavoura. Eles têm fome e colhem espigas para comê-las. Em razão disso, alguns fariseus os questionam, afinal era Sábado. Jesus, então, lhes responde, valorizando a vida, colocando-a acima da própria compreensão farisaica do sagrado. Havia ali dois elementos tidos como sagrados: O Templo (espaço) e o Sábado (tempo). A compreensão de fé era limitada ao espaço e tempo, algo estático e determinante, legislador e fiscalizador. É verdade que tudo o que fazemos está limitado ao espaço e ao tempo, afinal, somos finitos e temporários, habitamos em um lugar por certo tempo; vivemos e morremos. Entretanto, a fé está justamente em transcender o espaço e o tempo, em nos levar a uma caminhada que está além da própria morte. Jesus apresenta o Reino de Deus, como U-TOPOS ( não lugar), como algo não limitado ao espaço e tempo, que vai sendo percebido numa caminhada - caminhada comunitária, não solitária - que está para além do tempo, para além daquilo que é visível. É percebido quando o se alimentar é mais importante que a frieza da norma (Mt12:1), quando a dor do outro é percebida e este respeitado ( Mt 12:13), quando a misericórdia é mais importante que os sacrifícios ( Mt12:7). Os fariseus enxergavam nas pessoas apenas normas, o que era e o que não era permitido. Aquilo que seria capaz de controlar, de colocar em ordem. Da mesma forma os fundamentalismos atuais se propõem a controlar e colocar em “ordem”. O fundamentalismo religioso se preocupa com dogmas, o científico enxerga a vida apenas como um elemento biológico, genético; o político - econômico com sua frieza, vê a vida apenas como possibilidade de manter estabilidade financeira, de mercado. O “sobrenaturalismo” religioso vê nas pessoas apenas meio para espetáculos. Jesus enxerga “gente” nas pessoas. Gente que se cansa, trabalha, sofre, mas que busca paz, alívio, busca vida, busca Deus. Os sinais de Jesus ensinam sobre esperança, misericórdia, alegria, libertação, nova vida. Daí sua fala “Aqui está o que é maior que o templo... Pois o Filho do Homem é Senhor do Sábado” ( Mt 12:6,9). O Reino de Deus é o ponto de partida e o ponto de chegada. Aqui realmente está o que é maior!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Espiritualidade em Dostoievski

Arte Editorial Lançamento: Espiritualidade em Dostoievski
A teologia não é propriedade de instituições religiosas, tampouco se limita a academia. Ela é e se faz na vida, na cultura, na comunidade, na trajetória de pessoas que indagam, sofrem, sentem, esperam e convivem com as “malditas questões humanas”. A literatura é um elemento importantíssimo de e para a reflexão teológica. As narrativas bíblicas, por exemplo, antes mesmo de textos sagrados, são literatura. No Oriente a teologia em geral é vista sobre outra perspectiva. O pensamento teológico ortodoxo é místico e não se desenvolve a partir de conceitos. A principal chave de leitura é a experiência religiosa, muito embora isso não signifique uma negação de sistematização teológica. A literatura é capaz de “incorporar a diversidade e a multiplicidade da vida”. Ela constrói sentido. A narrativa e a poesia conseguem expressar o que a lógica ou a ciência jamais conseguirão, pois transcendem o conceito. É possível, então, pensar teologia dessa forma. Esta obra, portanto, pretende aproximar a literatura russa de Dostoievski à teologia. As obras de Dostoievski pontuam elementos teológicos importantes, que são, inclusive, correspondentes à teologia latino-americana. Embora haja a percepção da expressiva presença do trágico em Dostoievski, em que constantemente a angústia, a culpa, o sofrimento, a fatalidade, os questionamentos inquietantes se manifestam, isto não significa a negação da possibilidade de uma construção de vida, mesmo em detrimento dessa contingência. Dostoievski lida como o trágico, mas também com o belo. É como se Deus e o Diabo travassem uma batalha no coração do homem, parafraseando o próprio Dostoievski. É nessa direção que trilha a obra, no diálogo entre a literatura de Dostoievski e o pensamento teológico latino-americano, em especial com o pensamento teológico de Juan Luis Segundo e José Comblin. E nesse sentido não é negado o trágico, mas enfatizado no diálogo proposto a construção de vida apesar do trágico, construção essa que se dá na liberdade e no amor. 156p., 14x21cm, R$ 29,00 (+ frete) AC - EDITORA SAC - Arte Editorial - Livros que ensinam Tel: (11) 3923-0009 Fax: (11) 3923-0009 Email: editora@arteeditorial.com.br Website: www.arteeditorial.com.br Claudinei Paulino é casado com Bernadete, com quem tem dois filhos, Abner e Claudinei Junior. É Pastor da Segunda Igreja Batista de Jacupiranga-SP, Mestre em Ciências da Religião pela UMESP, Licenciado em Filosofia pela UNIMES, Licenciado em Pedagogia (FUNEC/Fisa) e Bacharel em Teologia pelo Seminário Betânia (SEMIB).

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Do Profeta Malaquias a Zygmunt Bauman: os mesmos dilemas.

Mas para vocês que reverenciam o meu nome, o sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas. E vocês sairão e saltarão como bezerros soltos no curral /.../ Ele fará com que os corações dos pais se voltem para seus filhos, e os corações dos filhos para seus pais; do contrário, eu virei e castigarei a terra com maldição. (Malaquias 4:2,6 - NVI) O Antigo Testamento termina com o livro de Malaquias. Acredito que isso não tenha tanta importância para as pessoas, talvez haja até uma curiosidade cronológica ou algo assim. Mas a forma como conclui chama a atenção. Ele fala de ‘coração de pais voltados para o coração dos filhos e de coração de filhos voltados para o coração dos pais’. As traduções bíblicas mais clássicas trazem a palavra ‘converter o coração dos pais ao coração dos filhos e o coração dos filhos ao coração dos pais’. Não se trata apenas de pais e filhos biológicos, mas também de gerações que precisam se converter umas as outras. A conversão, portanto, não diz respeito apenas a mudança de coração em relação a Deus, mas também uma mudança de coração nas relações familiares, comunitárias e humanas. Corações que estão distantes e que precisam se aproximar. Voltar o coração é muito mais difícil que rever ideias. Pessoas podem caminhar juntas com os mesmos ideais ou com acordos políticos, mas não podem construir laços profundos de vida sem que os corações se voltem para si. Há família que mora na mesma casa, mas a casa não é necessariamente um lar. Respeita-se as funções, se abrigam no mesmo teto, mas os corações podem estar distantes. Há cônjuges que compartilham da mesma cama, mas vivem em mundos diferentes. Corações convertidos uns aos outros transforma indivíduos em pessoas. É importante entender, que o coração, para a Bíblia, em especial o Antigo testamento, não se refere apenas aos sentimentos, mas à vida numa dimensão mais profunda, interiorizada. Converter o coração é, portanto, converter a vida profundamente, com suas alegrias, tristezas, virtudes, anseios, fragilidades, medos, limitações, angústias, beleza, defeitos. É voltar nossa humanidade para a humanidade do outro. Talvez até haja uma abertura para o coração do outro voltar-se para o nosso coração, desde que haja apenas alegria, sorrisos, virtudes. O problema é aceitar junto o erro, a imperfeição, a fragilidade, as incoerências. É, eu sei que é difícil! Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, escreve alguns livros com títulos bastante interessantes: ‘Modernidade Líquida’, ‘Amor Líquido’, ‘Medo líquido’, ‘Tempos líquidos’ e outros. Todos esses títulos trabalham a liquidez que nosso tempo vive, ou seja, aquilo que era sólido há algumas décadas ou séculos, como a própria família, hoje sofre uma liquidez. Por líquido, ele entende como algo não permanente, sem uma estrutura sólida, segura, algo sem vínculos permanentes, sem compromissos duradouros. Assim é o tempo em que vivemos, onde as pessoas preferem viver sem solidez, se ‘individualizarem’, se ‘virtualizarem’, dedicarem tempo apenas ao que é útil e prazeroso. No Século 20, muitas pessoas experimentaram relações mecânicas, afinal o modelo era industrial. Hoje, as relações são virtuais, as redes sociais direcionam. Um mundo “espiritual” tecnológico, onde somos “perfeitos”, “justos” e “verdadeiros”, ‘compartilhamos’ e ‘curtimos’ o ‘céu’ digital. Malaquias não experimentou a indústria nem a internet, mas vivenciou o mesmo problema que sofremos hoje: a necessidade de corações voltados para outros corações, dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. O que consola é a esperança da graça. “Mas para vocês que reverenciam o meu nome, o sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas. E vocês sairão e saltarão como bezerros soltos no curral.” (Ml 4:2). As expressões apresentadas são belíssimas. Sol da justiça, cujas asas trazem cura, saltar como bezerros soltos do curral. Expressões de uma cultura rural, de um mundo antigo. O sol brilha, as asas protegem, ou seja, a cura pela proteção das asas, do cuidado, do descanso daquele que ama a justiça. O cuidado de Iavé (Deus), que nos liberta, nos faz ver a beleza da vida, como um bezerro solto do curral. Num mundo marcado por tanta superficialidade, onde as instituições perderam sua relevância, onde nem mesmo a família tem o mesmo significado, oro para que o sol da justiça traga cura, que sejamos livres e que nosso coração nunca se recuse a voltar-se para o coração do outro.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Quem é o ladrão?

O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente ( Jo 10:10). Quem lê esse texto e interpreta-o apenas sob a perspectiva do senso comum chega a uma conclusão bem simplista: O ladrão é o Diabo. Mas, se a leitura for levada um pouco mais a sério, percebendo a quem Jesus dirige essas palavras, sobre quem ele está falando, não fica difícil compreender que não está se referindo ao Diabo. Para muitos, talvez isso seja uma decepção, afinal, gostam de falar do Diabo. Lamento, mas Jesus está apontando outro ladrão. Momentos antes, Ele havia curado um cego de nascença e isso provocara a ira, a inveja e a sagacidade de alguns fariseus. Para eles o cego era cego porque Deus o estava castigando, assim também pensavam os discípulos de Jesus (Jo 9:2). Os fariseus não admitiam a cura, pois Jesus era, segundo eles, um pecador que não guardava o Sábado. (Jo 9:16). A vida do cego, a alegria da cura, a visão restaurada nada significava para eles, pois a única coisa que importava era que o sistema do qual “zelavam” fosse mantido. Um sistema que conservava os ritos, os decretos, a tradição, o status religioso, a vaidade, as manipulações. A vida não importava tanto, ainda mais de um cego de nascença, que no imaginário popular, estava pagando algum pecado. Esse tipo de compreensão mata, rouba e destrói. Mata aos poucos, lentamente, cruelmente. Rouba a dignidade humana, pois não há o respeito pela dor, pelos sentimentos, pela história. Destrói a esperança, pois a visão é fatalista, não é possível mudar, é assim que tem que ser. Destroem os ânimos, a coragem, os sonhos. O ladrão é assim, o que importa é conseguir o que quer. Ainda bem que o texto não termina no ladrão, mas conclui com as palavras de Jesus: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.” Jesus era o profeta da alegria de Deus (Juan Luis Segundo), amava a vida. Vida plena é uma vida livre, sem culpa, sem ódio, sem pavor, sem violência. Onde os sonhos são restaurados, o perdão é manifestado, a esperança renasce. Onde nenhum sistema religioso vale mais que a alegria de um cego que volta a enxergar. Bem, não importa muito o ladrão, sempre se manifestará. Acho que o drama do cego também não nos motiva muito. Talvez, de alguma forma, já fomos ladrões, já fomos cegos. O que importa é a vida plena em Jesus, é o novo olhar que ele nos dá para viver. Nem ladrões nem cegos, mas cheios de vida em Jesus.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Condição Humana e Jesus de Nazaré

Não são os que têm saúde que precisam de médicos, mas sim os doentes /.../Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores. (Mateus 9:12,13). Quando Jesus partilha a mesa com publicanos e pecadores (Mt 9:10), ele está apresentando Deus como alguém que não se restringe aos sistemas religiosos, mas que caminha com pessoas, no quotidiano da vida. Jesus não define o que é o ser humano, mas esboça o que ele vê na condição humana. Nós, cristãos ocidentais, geralmente pensamos o ser humano, em nossa antropologia teológica, como ‘pecador’, sempre associado a questão moral. Sim, o ser humano é pecador. Mas Jesus traz outro viés de compreensão, uma condição humana doente. O ser humano é um ser doente. Não se trata simplesmente de uma doença física ou moral, mas uma doença da existência. A doença não é somente uma imperfeição, mas é a ausência de algo, é o organismo dizendo que algo está faltando, não está completo. Rubem Alves caracteriza o ser humano como um ser de desejo. É sempre um desejo, uma busca. O desejo é sempre a busca pelo que não se tem, é a angústia da ausência, um doente não tem saúde. Dostoievski, em seu livro Memórias do Subsolo diz o seguinte: “ Sou um homem doente...Um homem mau. Um homem desagradável. Creio que sofro do fígado. Aliás, não entendo da minha doença e não sei, ao certo, do que estou sofrendo” (2008, p.15). Talvez a condição humana é ‘pergunta’. Há sempre uma pergunta: Por quê? O quê? Para onde? De onde? Como? É conviver com o mistério, isso nos incomoda. A religião tenta sanar esse problema, muitos tentam encontrar respostas no consumismo, no entretenimento, na bebida, nas drogas, no sexo, num romance, num trabalho, enfim, é sempre uma busca, há sempre a tentativa de se completar. Jesus ironiza, “os que têm saúde não precisam de médicos.” “Não vim chamar justos, mas pecadores”. Quem tem saúde? Quem é justo? Jesus disse que veio chamar. É o chamar para caminhar Nele e com Ele. É a caminhada naquilo que se completará, uma condição humana semelhante a de Jesus, que se constrói a cada dia, uma construção que nunca para. Uma é a condição humana doente, incompleta em si mesma, que sempre se pergunta. Outra é a condição humana doente, incompleta em si mesma, que sempre se pergunta, mas que caminha na fé com e em Jesus. Uma caminhada que ama a vida apesar de suas inquietações, assim como Jesus, mesmo consciente da cruz e da morte, não deixou de viver, amar e ter esperança.