terça-feira, 1 de maio de 2012

Arados ou Armados? Uma reflexão sobre o dia do trabalho.

Das suas espadas farão arados, e das suas lanças, foices. Nenhuma nação erguerá a espada contra outra, e não aprenderão mais a guerra. ( Miquéias 4:3b) O trabalho mantém a dinâmica de uma sociedade. É claro que não podemos deixar de levar em conta os fatores de alienação e exploração que o materialismo histórico de Marx apontou. As muitas injustiças que ainda existem, como o fato da ‘mais valia’, isto é, quem lucra com o trabalho de quem produz, quem põe a mão na obra e quem enriquece com isto, o mundo do ‘Mercado Livre’ sem alma, onde empresários têm mais força que Estados. Há trabalhadores que se esforçam por manter a sociedade com menos selvageria e mais civilidade, enquanto que o mundo da bola paga milhões a alguns jogadores que em nada contribuem, a não ser, entretenimento. O que nos leva a concluir que nem tudo o que é honesto é moral. Não podemos nos esquecer daqueles que deveriam, com seu trabalho, possibilitar um país mais justo e digno, mas nem sempre conseguem ver além de seus próprios interesses políticos e pessoais. Apesar de tudo isso, o texto de Miquéias aponta a linguagem profética, cuja esperança do cultivo teria mais força que a tirania da desigualdade, onde a promessa era de que o mundo das espadas, das guerras, seria transformado em um mundo do trabalho, da justiça. Trabalho ao invés de violência, de exploração, de intolerância, de injustiças. Foice ao invés de espada, alimentos ao invés de chacinas, partilha ao invés de enriquecimento ilícito. Homens com arados ao invés de homens armados. O trabalho, no reino de Deus, não é apenas para o sustento do lar, mas um instrumento de promoção de justiça, de dignidade, de generosidade, de vida social, enfim, de espiritualidade. Que Deus abençoe a todos os trabalhadores de nosso país, que a paz e a justiça sejam fartas em seus lares.

3 comentários:

  1. Excelente texto professor!!! Somente hoje, depois de um post no face, que descobri que você tinha um blog.rss Gostei muito da contextualização.

    A paz,

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  2. Ótima reflexão!
    Por mais que o sistema socialista tenha dado provas de que não dá certo por exigir a existência, em geral, de um indivíduo que dite as regras e o comportamento, K. Marx mostrou, demostrou, provou e profetizou de que essa dinamica do lucro a qualquer preço, inclusive de vidas, estava fadada a nos arruinar como seres humanos, onde a relação passa pelo ter, pela posse, pelo poder de compra.
    É um fato: nem tudo que é correto é moral.
    Um bom texto.

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  3. Obrigado pela reação. Grande abraço a vocês.

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